PIB subindo ou caindo: o que interfere no seu dia a dia ?
O Produto Interno Bruto, o PIB, é um dos indicadores mais importantes da economia. Por isso, analisar a variação do PIB em um determinado período permite não apenas verificar o ritmo da economia em meses anteriores, mas também serve para projetar o que deve acontecer nos próximos.
O PIB é calculado a cada três meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Pode parecer um indicador abstrato, mas a verdade é que diversas atividades do dia a dia ajudam a impulsionar o produto ou puxá-lo para baixo.
O IBGE calcula o PIB com base em tudo que se produz e o que se gasta. O primeiro grupo é o que se chama de "ótica da oferta" do PIB, que inclui os resultados da agropecuária, da indústria e dos serviços.
Já o consumo das famílias, os investimentos e gastos do governo fazem parte do que se conhece como "ótica da demanda" para o cálculo do PIB.
Se as contas forem feitas corretamente, o cálculo pela ótica da oferta e o feito pela ótica da demanda devem chegar ao mesmo resultado.
Veja abaixo os itens que entram na conta do PIB e como o cotidiano influencia o resultado de cada um:
Ótica da oferta
- Indústria: o IBGE analisa se houve crescimento ou recuo da quantidade de bens produzidos pelas indústrias. Isso vale desde empreendimentos imobiliários de grandes empresas até peças de roupas de um pequeno empresário que tem uma confecção.
- Serviços: entram para a conta do PIB os resultados de restaurantes, salões de beleza, escritórios de advogados e diversos outros segmentos que compõem o setor de serviços, inclusive os prestados às empresas, como transporte de mercadorias. Se o movimento desses estabelecimentos aumenta de maneira geral, isso irá ajudar a puxar o PIB para cima. Nas contas do IBGE, comércio também é calculado como parte dos serviços ? e se os comerciantes aumentam suas vendas, esse dado contribui positivamente para o PIB.
- Agropecuária: a produção no campo também entra na conta do PIB. Se as safras têm bons resultados, ajudam no crescimento da economia.
- Investimentos: uma empresa que decida ampliar sua capacidade produtiva entra para a conta dos investimentos no cálculo do PIB, e influencia esse número positivamente. Não são apenas os investimentos dos empresários que são levados em conta pelo IBGE, mas também os do governo.
- Consumo das famílias: se as famílias estão comprando mais, é porque tem mais gente produzindo e vendendo ? e isso influencia o crescimento do PIB
- Consumo do governo: a lógica é a mesma ? se o governo está gastando, alguém está vendendo e produzindo mais.
- Exportações e importações: o que o país vende e o que compra do exterior também pesam na conta do PIB. Isso porque, se o Brasil vende alguma coisa para fora de suas fronteiras, o país recebe dinheiro de fora. Já as importações contam negativamente: sempre que o Brasil compra de fora, é dinheiro daqui saindo do país.
A variação do PIB, além de diagnosticar se a economia de um país está crescendo ou recuando, também dá pistas sobre o futuro da economia. Isso porque, se o resultado mostra uma atividade em crescimento, a tendência é que a confiança entre os consumidores aumente. Com isso, o consumo ganha força, ajudando a manter o avanço da economia.
O mesmo vale para os empresários: se há confiança de que a economia está crescendo e o consumo, aquecido, o dono de uma fábrica irá investir em equipamentos, por exemplo. Isso gera uma melhora nos indicadores de investimento, que também ajudam a puxar o PIB para cima.
Fonte: G1