A inflação no Brasil interrompeu dois meses seguidos de queda com variação de 0,26% em junho, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) veio levemente abaixo da expectativa do mercado (0,29%). Com o resultado, o índice reverteu tendência de queda que vem sendo registrada desde o início do ano.
No acumulado de 12 meses até junho, o IPCA teve alta de 2,13%, bem abaixo da meta de inflação de 4% do governo para 2020, que tem tolerância de 1,5 ponto percentual baixo (2,5%) ou para cima (4,5%). No ano, o índice acumula alta de 0,10%.
Alimentos e combustíveis foram a maior fonte de pressão. Os combustíveis tiveram aumento em junho depois de quedas nos últimos quatro meses, em especial da gasolina, que teve o maior impacto individual (0,14 p.p.), com alta de 3,24%, disse o instituto.
Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE apresentaram alta no mês, com destaque para Transportes, que vinham apresentando queda há quatro meses e em junho deram a segunda maior contribuição pra alta do índice, de 0,06 pontos porcentuais (veja na tabela).
O movimento do setor está intimamente ligado com a alta de preços dos combustíveis, que chegou nas bombas e impactou o consumidor final, explica Pedro Kislanov, gerente da pesquisa, no material de divulgação.
A principal contribuição para a alta do IPCA foi do grupo Alimentos e bebidas (0,38%), que vem apresentando aumentos em função da demanda elevada durante a pandemia, quando a atenção do consumidor esteve mais voltada para a compra de produtos essenciais. Em maio, o segmento já havia subido 0,24%. Além disso, a política de isolamento fez com que mais pessoas cozinhasse em casa.
O item consumo no domicílio passou de 0,33% em maio para 0,45% em junho, pressionado por esse movimento e influenciado sobretudo pelos preços das carnes (1,19%) e do leite (2,33%).
(Com a colaboração de Alex Halpern)
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Fonte: Exame