O dólar abriu em queda nesta quarta-feira (12), mas passou a oscilar já nos primeiros minutos, com os investidores de olho na cena externa e avaliando os impactos da saída de mais dois secretários da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Às 10h17, a moeda norte-americana subia 0,23%, a R$ 5,4276.
Na terça-feira, o dólar encerrou o dia em baixa de 0,90%, a R$ 5,4151. No mês, a moeda acumula alta de 3,80%, e no ano, de 35,05%.
Na noite desta terça-feira, Guedes anunciou o pedido de demissão dos secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, admitindo uma "debanda" na equipe econômica.
Guedes alertou também que os auxiliares que aconselham o presidente Jair Bolsonaro a "furar" a regra do teto de gastos estão levando o presidente para uma zona de impeachment.
A saída dos secretários responsáveis pelos projetos de privatizações e de reforma administrativa levanta dúvidas sobre o avanço da agenda liberal defendida por Guedes e prometida na campanha presidencial de 2018.
Por outro lado, a fala de Guedes foi vista como um apelo do ministro por respaldo político do presidente Jair Bolsonaro a agenda liberal.
"A fala se dá em momento difícil para a equipe econômica, quando se multiplicam as iniciativas insólitas no governo e no Congresso para expandir as despesas e em meio ao sinal negativo dado pela "debandada" no time, que deixou de ver suporte político para avanço das privatizações e da reforma administrativa", avaliou a equipe da XP Investimentos.
No exterior, investidores seguem de olho no impasse entre a Casa Branca republicana e os democratas do Congresso sobre o próximo pacote de auxílio federal dos estados Unidos em resposta ao coronavírus.
Na agenda de indicadores, a produção industrial da zona do euro aumentou 9,1% em junho, mas a recuperação após as quedas recordes provocadas pelo coronavírus em março e abril ficou abaixo das expectativas pelo segundo mês seguido e desacelerou em relação a maio.
Já o Reino Unido entrou oficialmente em recessão, após a economia britânica registrar queda recorde de 20,4% no segundo trimestre, em comparação com os três meses anteriores. Foi a maior queda trimestral desde que os registros comparáveis começaram, em 1955, e o maior tombo entre os países da Europa e do G7.
Fonte: G1