A retirada de dólares do Brasil superou a entrada de recursos em US$ 360 milhões no acumulado de junho, até a última sexta-feira (17), informou nesta quarta-feira (22) o Banco Central.
Os números mostram que os dólares continuaram a deixar a ecomomia brasileira após a saída de US$ 3 bilhões no mês de maio.
No acumulado deste ano, até a última sexta-feira (17), a saída de dólares também é maior que a chegada em US$ 7,2 bilhões. No mesmo período de 2015, o ingresso superou as retiradas em US$ 12,66 bilhões.
Impacto no dólar
A saída de dólares na parcial favoreceria, em tese, a alta da moeda. Isso porque, com menos dólares no mercado, seu preço tenderia a subir. Neste mês, de fato, o dólar vem registrando pequena alta.
No fim de maio, estava cotado em R$ 3,61 e, nesta quarta-feira (22), por volta das 12h45, foi negociado a R$ 3,38.
Segundo analistas, o clima mais favorável a aprovação de medidas econômicas no Congresso Nacional, e as declarações do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ao defender medidas mais ortodoxas na economia, têm favorecido a queda do dólar neste mês.
Referendo no Reino Unido
Nesta quarta-feira, o dólar opera em queda um dia antes do referendo que irá decidir se o Reino Unido permanece ou não na União Europeia. O mercado espera ainda novo pronunciamento da chefe do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano.
Investidores estão mais otimistas sobre a possibilidade de o Reino Unido permanecer na União Europeia. Ainda assim, a cautela continuava predominando no mercado porque a votação deve ser apertada e também devido a dúvidas sobre a possibilidade de o Banco Central intervir no mercado após o tombo recente da moeda norte-americana, segundo a Reuters.
À espera do BC
No Brasil, operadores discutiam a estratégia do Banco Central, que não realizou nenhuma ação de interferência no câmbio neste mês, mesmo diante da possibilidade de o dólar fraco pressionar as exportações.
Na terça, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou que o BC está esperando a definição de fatores internacionais, como o referendo britânico e a questão dos juros nos Estados Unidos, para decidir se vai agir.
A chefe do Federal Reserve, Janet Yellen, reiterou em audiência no Senado na terça sua defesa de postura cautelosa para elevar os juros. Yellen falará novamente, agora à Câmara, nesta quarta.
Fonte: G1